sábado, 9 de outubro de 2010

Olhos secos e coração molhado!

A chuva grossa que insiste em cair desperta a vontade de sair na rua para encharcar o corpo e lavar o espírito. Em dias assim tudo fica mais lento. Como em um movimento de câmera lenta. Desperta a preguiça e a vontade de não fazer nada, mas fazer nada não congela a nossa mente e corpo imóvel, quase sempre é sinônimo de mente inquieta. É exatamente isso que eu sinto neste momento. Uma inquietação profunda na alma. Há quem goste da chuva, no meu caso não é segredo para ninguém, que nunca fui fã dela. Mas não é pelo transtorno que ela trás, com carros quebrados e trânsito complicado. Não gosto é da inquietação que ela trás. Porque odeio me sentir acuada e gosto de pensar a todo momento que os problemas podem ficar sempre para mais tarde. Por vezes me pego desesperada e sem saída por ter protelado demais algo que não podia ser adiado e, uma hora ou outra, a crise precisa ser sanada. Nos últimos dias eu tenho prorrogado bastante os problemas. Mantenho a mente ocupada desde a hora em que o despertador toca, até o momento em que me forço a dormir. Me esforço para deixar o corpo cansado. De maneira que ao deitar a cabeça ao travesseiro não tenha tempo nem para pensar. Evito sair com amigos que me conheçam demais, para não acabar a noite contando lamúrias de coisas que não podem ser resolvidas com palavras. Minha cura vem da alma e só quem tem o poder de diagnosticar a enfermidade e dosar o medicamento sou eu. Pode me chamar de individualista, porque eu não ligo. O melhor de mim vive junto ao meu pior e por hora os dois andam convivendo muito bem. Dias bons e maus todo mundo tem. É como a natureza, que sempre vai trazer dias de chuva e de sol.

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